Será que a felicidade tem crachá para adentrar os portões
das empresas? Se você já conversou com pessoas cujo repertório resume-se a
reclamações e a angústias quanto ao ambiente corporativo, certamente notou que,
para elas, a satisfação profissional é utopia. Mas será possível viver esse
sentimento em um contexto onde as subjetividades caminham juntas às metas a
cumprir?
Onde é preciso atuar diante de incertezas e de exigências de
desempenho cada vez mais elevadas? No qual os relacionamentos são pautados pela
diversidade de pensamentos e de valores pessoais e em que são necessários
inúmeros malabarismos para prover o mínimo de dedicação à vida pessoal?
A resposta para essas questões dependerá das percepções que
temos a respeito da nossa vida profissional que, muitas vezes, estão
posicionadas sobre destrutivos paradigmas. Dentre as várias crenças que impedem
o bem-estar no ambiente de trabalho, existem três muito comuns. Desde já, pense
em deletá-las!
A primeira é a de que "Trabalho serve para ganhar
dinheiro e só!". Ela também pode ser observada em frases como "A
parte boa do trabalho é o dia 5 e o dia 20" ou "eu sou somente um
número". Por essa ótica, é evidente que a pessoa não enxerga o significado
nem a importância do trabalho que executa, porque sua visão está
"embaçada". É necessário romper essa barreira para recobrar a
consciência em relação ao significado dele. O trabalho deve ser emancipador,
mas não apenas sob a ótica financeira e sim pelo crescimento que traz ao nos
colocar diante de desafios e de situações inesperadas. Lembre-se de que a
atividade profissional deve ter o sentido de contribuição e de prestígio para a
própria pessoa que a desenvolve. Isso traz felicidade!
A segunda crença a ser eliminada é aquela em que se
condiciona a felicidade profissional a fatores sobre os quais não é possível
exercer controle. Os portadores desse tipo de convicção manifestam seus
sintomas por frases assim: "Esse trabalho seria muito bom, não fosse o meu
chefe, o colega, o sistema, o cliente etc." ou por falas como: "Se as
coisas voltassem a ser como antes, aí sim".
Tais profissionais posicionam-se como vítimas das
circunstâncias e vivem em função de suas próprias reclamações. Eles se esquecem
de que sempre há pelo que agradecer, a começar pela própria oportunidade de
trabalho, passando pelo convívio com os colegas, pelos impasses que geram
aprendizado, pelo salário e pela saúde para trabalhar. A gratidão desperta a
felicidade! Além do que, não há tempo mais apropriado do que agora para mudar
sua história. Desavenças não podem ser prioritárias ao ponto de desestimular a
satisfação no contexto profissional. Se havia maior felicidade no início da
carreira, é preciso refletir sobre quais elementos eram responsáveis por esse
sentimento, a fim de que ele seja rapidamente resgatado.
A terceira crença leva seu adepto a imaginar que as pessoas
são coadjuvantes de sua própria história. O chamado "perfil
conformista" é notado em falas como "O meu tempo já passou, olha a
minha idade!"; "Aqui é difícil crescer, não vou perder tempo me
esforçando, nem dinheiro com estudos"; "Eu não penso em sair daqui
porque todo lugar é a mesma coisa" ou ainda "O sol brilha somente
para alguns".
Os antídotos para os efeitos dessa crença estagnante são
posicionar-se como protagonista de sua trajetória, assumir o controle, não se
dar prazo de validade, ousar se desconfortar, pensar em mudanças, e,
principalmente, provocá-las. Quando a pessoa acredita ser a única responsável
por "fazer acontecer", percebe que o crescimento no ambiente de
trabalho depende de suas próprias atitudes e entende que os limites são
impostos por ela mesma, a satisfação profissional aparece, sem demora!
A felicidade no ambiente de trabalho existe e é uma
responsabilidade pessoal, que não pode ser delegada a terceiros ou atribuída a
todo tipo de circunstâncias, como a sorte. Então, quanto à pergunta: a
felicidade tem crachá para adentrar os portões das empresas? A resposta é
simples: depende de você!
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